domingo, 15 de junho de 2025

Angra: o orgulho brasileiro do metal melódico

 


O Brasil é conhecido mundialmente por sua força no metal extremo, com nomes como Sepultura e Krisiun, mas quando o assunto é metal melódico com identidade própria, o destaque absoluto vai para o Angra. Combinando técnica refinada, influências eruditas e raízes brasileiras, a banda construiu uma carreira sólida e respeitada internacionalmente. Vamos relembrar sua trajetória, seus álbuns e a energia que entregam nos palcos.

O começo: talento, técnica e ousadia


Angra


O Angra foi fundado em 1991, em São Paulo, por Rafael Bittencourt (guitarra) e André Matos (vocal, ex-Viper), junto com Kiko Loureiro (guitarra), Luis Mariutti (baixo) e Ricardo Confessori (bateria). Desde o início, a proposta da banda era clara: unir o peso e a velocidade do power metal europeu com arranjos progressivos, influências de música clássica e ritmos brasileiros — algo totalmente inovador para a época.

O nome Angra vem de Angra dos Reis, cidade do litoral do Rio de Janeiro, mas também carrega o simbolismo de “deusa do fogo” na mitologia indígena, o que reforça a conexão da banda com o Brasil.


Discografia: evolução constante e identidade marcante

O Angra lançou diversos álbuns que marcaram o metal nacional e internacional:

  • Angels Cry (1993): Álbum de estreia e já um clássico. Com produção refinada e faixas como Carry On, Time e Never Understand, o disco apresentou o Angra ao mundo com força. Mistura de metal rápido com arranjos sinfônicos e até percussão brasileira.

Angels Cry (1993)


  • Holy Land (1996): Uma obra-prima conceitual que mergulha na história do Brasil colonial. Traz elementos de música indígena, barroca e folclórica. Faixas como Nothing to Say e Carolina IV demonstram a maturidade musical da banda.

Holy Land (1996)


  • Fireworks (1998): Um álbum mais direto, com pegada mais hard rock, embora ainda técnico. Foi o último com André Matos, Mariutti e Confessori, marcando o fim da primeira fase da banda.

Fireworks (1998)


  • Rebirth (2001): Nova formação, novo fôlego. Com Edu Falaschi nos vocais e Aquiles Priester na bateria, o Angra voltou com força total. O álbum trouxe clássicos como Nova Era e Heroes of Sand, reconquistando fãs e crítica.



  • Temple of Shadows (2004): Considerado por muitos o melhor álbum da banda. Um disco conceitual e poderoso, com participações de Milton Nascimento e Kai Hansen (Helloween). Destaques para Spread Your Fire e Waiting Silence.

Temple of Shadows (2004)


  • Aurora Consurgens (2006), Aqua (2010), Secret Garden (2014), Ømni (2018), Cycles of Pain (2023): Cada um com características próprias, mostrando a evolução da banda, mesmo com mudanças na formação. O último, Cycles of Pain, conta com Fabio Lione (ex-Rhapsody) nos vocais e mantém o Angra firme como uma das bandas mais relevantes do metal mundial.


Aurora Consurgens (2006)

Aurora Consurgens (2006)




Aqua (2010)

Aqua (2010)



Secret Garden (2014)
Secret Garden (2014)





Ømni (2018)
Ømni (2018)





Cycles of Pain (2023)
Cycles of Pain (2023)


Shows: técnica e emoção no palco

Ao vivo, o Angra é sinônimo de virtuosismo e emoção. Suas apresentações são marcadas por arranjos complexos executados com precisão, mas também por forte entrega emocional. Os fãs não apenas vão aos shows para ouvir solos incríveis, mas para se conectar com a energia espiritual e intensa das músicas.

A banda já participou de grandes festivais como o Rock in Rio, Wacken Open Air e turnês internacionais por Europa, Japão e América Latina. O Brasil, claro, é sempre o lar mais apaixonado.

Legado: o Brasil no mapa do metal melódico

O Angra representa o ápice da sofisticação musical dentro do metal brasileiro. Sua combinação de técnica, criatividade e respeito às raízes nacionais os colocou entre as maiores bandas do gênero. Mesmo com mudanças na formação, o espírito do Angra permanece firme, levando o nome do Brasil para os palcos do mundo com muito orgulho e peso.




Escrito: Yuri C. Antiqueira

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Velvet Revolver: A explosiva união do hard rock moderno com o espírito do Guns N’ Roses

  Velvet Revolver foi um supergrupo que incendiou o cenário do rock no início dos anos 2000 com sua mistura poderosa de riffs pesados, ati...